Sinopse: De acordo com a historiografia ocidental, a Primeira Cruzada teria sido uma expedição militar e religiosa incitada pelo papa Urbano II com o intuito de liberar Jerusalém da crescente ameaça do Islã. O evento teria culminado em julho de 1099, quando da libertação da Terra Santa por milhares de cavaleiros da Europa Ocidental. Mas será que seu verdadeiro catalizador foi Roma?
Diferentemente da maior parte dos estudiosos da Primeira Cruzada, que costumam focar no papado e nos guerreiros do Ocidente, Peter Frankopan dirige o olhar para os acontecimentos do Oriente, em particular de Constantinopla, sede do Império Bizantino cristão. O resultado é revelador: o imperador Aleixo I Comneno foi quem, em 1095, incitou a cruzada ao solicitar apoio do papa para defender seu reinado dos turcos. Mais tarde, a vitória do Vaticano consolidou o poder papal enquanto Constantinopla jamais se recuperou, e Aleixo, assim como Bizâncio, foi relegado às margens da história.
Frankopan parte de fontes orientais por muito tempo ignoradas para oferecer uma explicação provocadora da Primeira Cruzada e de suas consequências, propondo um retrato original e mais fiel de como a tomada de Jerusalém assentou as bases do domínio da Europa ocidental – e formou o mundo moderno tal como o conhecemos.
Resenha/Opinião: Escrito pelo historiador, escritor e professor Peter Frankopan, A Primeira Cruzada foi publicado originalmente em 2012 e chegou ao Brasil em 2022 por meio do selo/editora Crítica (Planeta de Livros). Frankopan vem retratar a geopolítica da Europa e Oriente Médio, mais especificamente do século XI, período em que ocorreu a primeira cruzada, tendo em vista que entre os séculos XI e XIII aconteceram nove cruzadas, ao menos aquelas consideradas oficiais.
Frankopan inicia o seu livro falando sobre a importância da Primeira Cruzada para o continente europeu, pois segundo ele, esse movimento serviu para criar, estabelecer uma identidade comum pelo continente, criando camadas, seja pela nobreza ou até mesmo entre os soldados e cavaleiros. Contudo, essa identidade estava diretamente ligada à fé cristã e por isso, serviu como base para influenciar o comportamento e devoção dos europeus daquela época, aliás, o serviço ao ideal cristão passou a ser visto como uma qualidade muita valorizada, mas tal ideal foi estabelecido pela própria igreja católica, representada pela figura do papa, um líder não apenas espiritual, mas também político devido a Primeira Cruzada.
A primeira cruzada serviu para reestabelecer a Europa, pois na segunda metade do século XI o continente estava mergulhado no caos, tendo em vista que os reinos/países entravam constantemente em guerra uns contra os outros. Por outro lado, a Espanha estava em transformação, ela vivia uma fase de transição, pois estava conseguindo expulsar os invasores mouros/mulçumanos e o Império Bizantino lidava constantemente com as ameaças vindas dos povos árabes/mulçumanos. Os cristãos daquele tempo peregrinavam até a cidade sagrada de Jerusalém, mas eram altos de saques e ataques dos mulçumanos, esse foi um dos motivos para o Papa convocar os cristãos para a cruzada.
Esse livro foi uma grata surpresa e bem positiva, pois é um livro relativamente curto (250 páginas de conteúdo) e ao mesmo tempo repleto de informações sobre um tema importante da idade média, a primeira cruzada, movimento político e religioso que tinha por objetivo reconquistar a cidade de Jerusalém, mas como pano de fundo demonstrar a força dos povos cristãos, bem como angariar riquezas no Oriente Médio.
Contudo, o foco do livro não é propriamente a Igreja Católica ou o cristianismo, ainda que estejam fortemente presente, o foco é de fato no Império Bizantino, tendo em vista que para Frankopan a gênese da Primeira Cruzada remonta ao período em que Aleixo Comneno I era o imperador de Bizâncio, ele teria sido o responsável pelo início do processo de invasão dos reinos cristãos no Oriente Médio (Ásia Menor), pois Aleixo teria implorado ajuda ao Papa Urbano para reconquistar os territórios perdidos na Ásia Menor para os mulçumanos e o prêmio de conquistar Jerusalém interessou profundamente os cruzados.
Em suma, "A primeira cruzada" é um livro rico em informações e bem esclarecedor, pois ao meu ver vai atender tanto aquele leitor que não domina o tema, quanto o leitor que já tem algum domínio sobre a Primeira Cruzada. Recomendo para todos que gostam de ler e estudar sobre a Idade Média, em especial sobre as cruzadas e todos os aspectos políticos e sociais sobre a época.
Em suma, "A primeira cruzada" é um livro rico em informações e bem esclarecedor, pois ao meu ver vai atender tanto aquele leitor que não domina o tema, quanto o leitor que já tem algum domínio sobre a Primeira Cruzada. Recomendo para todos que gostam de ler e estudar sobre a Idade Média, em especial sobre as cruzadas e todos os aspectos políticos e sociais sobre a época.
Sobre o autor: Professor da Universidade de Oxford e autor best-seller, seus livros fazem muito sucesso no mundo todo. Ele é um intelectual pop que escreve frequentemente em jornais, revistas e nas mídias sociais refletindo sobre temas atuais a luz do passado.
Ficha técnica:
Título: A primeira cruzada
Título: A primeira cruzada
Autor: Peter Frankopan
Tradução: Renato Marques
Editora: Crítica (Planeta de Livros)
Editora: Crítica (Planeta de Livros)
Páginas: 352
Ano: 2022
Ano: 2022
ISBN: 9786555358483
Onde comprar: Amazon - Planeta de Livros
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